E aguardem em breve mais um video especial!!!!
Beijos eum bom domingo para todos vocês em especial para todas as mamães do mundo...
a voz do Fado Castiço no Brasil
Peixe no nome, peixe no signo, peixe como preferência gastronômica. Assim era Sebastião Robalinho, um verdadeiro "peixe dentro d´água" quando se trata de interpretar o mais verdadeiro e castiço fado.
Com mais de 50 anos de carreira artística no Brasil, Robalinho ainda se considerava tímido, embora mostrasse em entrevistas bastante inibição. Na verdade Robalinho tinha grandes momentos de extroversão, contando casos, passagens pitorescas e até filosofando' com relativa alegria. Eram no mínimo, portanto, duas personalidades dentro de uma alma simples, porém muito arguta.
Essa dualidade de comportamentos talvez fosse explicada pela própria ascendência de Robalinho, filho do português Avelino José com a paulista Maria Vieira de Sousa. Nasceu em 29-02-1934, na freguesia de Sandim em Vila Nova de Gaia, Portugal.
Foi criado pelos avós João José e Joaquina Soares Couto com a rigidez peculiar à época, o que impediu aquele promissor "médio-direito" do Sporting Clube Dragões Sandinenses fosse adiante na carreira de jogador de futebol, mas não foi o bastante para interromper uma vocação desde cedo manisfestada no jovem Sebastião pela mais autêntica expressão da cultura musical portuguesa, o fado.
Tanto isso é verdade que quando chegou ao Brasil, em 1 de abril de 1954, ele já pudera mostrar todo o seu amor à música portuguesa. No início, ainda menino, imitando o seu grande ídolo - Alfredo Marceneiro, depois na adolescência , em memoráveis noitadas boêmias na Ribeira, no Porto, quando ja começava a forjar sua personalidade fadista. O seu futuro desde então ja estava sendo traçado, porque o artista nato é sempre arrastado, irresistivelmente pela a sua vocaçao. No Brasil, começou por onde a maioria dos cantores portugueses da época terminavam: no Programa dos Astros do saudoso Joaquim Pimentel.
Um ano apos a sua chegada ja fazia sucesso nas noites luso-cariocas. Primeiro no "Galo" e depois sucessivamente, no "Corridinho", na "Adega de Évora", no "Fado", na "Casa da Mariquinhas", no "Cantinho da Severa", na "Adega de Alfama", no "Lisboa à Noite", e tantas outras, Robalinho mostrava a garra do fadista, trilhando o privilegiado caminho do sucesso. É tempo da sua eleição juntamente com Adélia Pedrosa, como "cantor revelação". É, aliás, com Adélia Pedrosa que grava o seu primeiro disco, um compacto duplo da Todamérica intitulado " O Fado e o Mar".
O primeiro LP acontece em 1968. Em 1971, contratado pela CBS, grava mais um LP que teve como título "Não Me Venham Falar Dela", para no ano seguinte, lançar pela alvorada um novo compacto duplo.
"Amor é Fado, Fado é Saudade" da título ao terceiro LP da sua carreira, lançado em 1974, ou seja, 5 anos antes do lançamento do albúm " Do Fado à Desgarrada", onde teve a companhia da também fadista Maria Alcina.
"Pátria, Amor e Saudade", foi seu sétimo disco, lançado para comemorar na época seus 30 anos de carreira no Brasil e 21 anos do seu Programa de Rádio Mensagem de Portugal. Depois fez algumas regravações de LPS para CDS e por último, lançou o CD "Sebastião Robalinho - Os meus Fados quando os canto" pela gravadora Horizonte, trazido diretamente de Portugal.
Como todo bom filho de "peixes", Robalinho fazia conviver dentro de si os opostos. Por exemplo, no fado era tradicionalista, querendo tanto no repertório que escolhia para cantar como na classificação da sua biblioteca particular. Já a sua imagem, sempre foi atualíssima. Do cabelo sempre bem cuidado à edumentária que usava no cotidiano fora do palco, Robalinho mostrava sua preocupação com o moderno.
Politicamente, a sua posição voltava a ser conservadora, pois embora ja tenha declarado apolítico, não se furta a referenciar a memória de Salazar, a quem considerava o maior estadista de todos os tempos.
Manteve também ininterruptamente um programa de rádio chamado "Mensagem de Portugal" por durante 42 anos. E quando era perguntado se tivesse que escolher entre "fazer o rádio" e cantar, optaria pelo canto que o realizava muito mais, embora, frizava que tinha o maior carinho pelo seu programa. " O programa, funciona como uma espécie de referencial da minha atividade artística", diziz Robalinho. "Desde os tempos que lançamos (eu e o Moreira Campos, da Revista Roteiro), através da Rádio Metropolitana e Mundial, que assim tem sido", completava ele.
Quanto ao futuro Robalinho 'filosofava': " A vida é de um modo contínua para todos os seres, e de maneira particular para os artistas. O artista que pára esta morto e eu graças a Deus me sinto bem vivo. O futuro é portanto hoje, a nossa vontade de hoje, a nossa garra de hoje. É o desejo de mudar, de renovar, agora, neste momento. E a vontade que tenho, por exemplo de completar um curso de guitarra, para tornar as minhas apresentações mais apuradas. É o desejo de amppliar meu show, incluindo um texto que moste essa dinâmica fabulosa da vida, que integra riso e lágrima, verdade e fantasia. O futuro é enfim, procurar aumentar cada vez mais a dimensão que o título de um dos meus LPs tem, ou seja, o futuro, para mim, continua sendo, como sempre foi, Pátria, Amor e Saudade".
Mas, infelizmente faleceu para nossa tristeza e saudade em 17 de janeiro de 2004, deixando conosco a sua paixão pelo Fado e pela sua terra natal - Portugal!
"Sebastiao Robalinho foi e é ainda um poderoso elo que liga, com sua arte, portugueses e brasileiros."
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