Essa semana, fui surpreendida por uma notícia que me deixou muito triste, não só a mim, como toda a minha família e muitas, muitas outras pessoas.
A comunidade luso-brasileira, angolana ficou órfao.
Falesceu o nosso querido amigo Sá Morais.
No momento que soube da sua partida, me veio a cabeça de forma nitida as inumeras em que tive o prazer de o escutar.
Todos os anos, ele era presença garantida nas festas de aniversario do Programa do meu pai - Mensagem de Portugal.
Adorava e nunca esquecerei sua magnifica interpretação, sua voz ao cantar "Meninos do Huambo"..."os meninos a volta da fogueira, vao aprender coisas de sonho e de verdade...".
:(
Amigo querido, descançe em paz. És mais uma estrela que brilha no céu.
E faz um favor amigo Sá, de um beijo e um abraço forte no meu pai e diz que estamos com muitas SAUDADES.
A sua querida família, só posso, podemos, desejar força, luz e estamos aqui para o que precisarem.
ABAIXO, reedito o texto que foi publicado neste blog em 8 de fevereiro deste mesmo ano.
Texto escrito pelo nosso Sá...
"Falar de SEBASTIÃO ROBALINHO, não é tão fácil assim... Mas também não é tão difícil na medida em que sua transparência de caráter, de procedimentos pessoais ou profissionais no lidar do dia a dia, irão facilitar a uma narração aproximada do ser humano que foi SEBASTIAO (TIÃO) como carinhosamente os colegas a amigos lhe chamavam.
Nos conhecemos até em circunstâncias um pouco adversas num clima mais ou menos de rivalidade artística que não tinha razão de existir na medida em que nossos gêneros eram completamente diferentes mas, logo nos ajustamos e passamos a ser bons amigos e colegas respeitando-nos mutuamente e até sendo admiradores um do outro pelo nosso trabalho Artístico, cada um no seu gênero.
O que eu posso dizer desta Personalidade, é fruto de um conhecimento adquirido pela convivência de alguns anos dividindo palcos, viajando juntos, participando de eventos tanto profissionais como de puro lazer ou até simplesmente sentados a uma mesa de bar tomando umas e outras, jogando conversa fora.
É num clima misto de tristeza e alegria que me proponho escrever sobre SEBASTIÃO ROBALINHO, a pedido de sua filha PRISCILA. Triste porque perdi cedo demais um amigo que tanto ainda tinha para dar neste mundo e da forma repentina que foi. Alegre por que tenho o privilégio de neste escrito poder homenagear uma criatura que admirava, respeitava e me fazia bem ser seu amigo.
Era tão amante do Fado, que se deslocava de Campo Grande para todos os cantos do Estado do Rio de Janeiro para atuar nas Casas Regionais, Restaurantes e Casas Noturnas aonde se fazia necessária a música Portuguesa, muitas vezes a troco de um cachê que mal dava para cobrir as despesas de deslocação. Isto sem falar das apresentações gratuitas em eventos sociais.
O Fado fluía nas artérias e na alma de SEBASTIÃO ROBALINHO. Era um Fadista Castiço nato, como poucos conheci. Ele não cantava para se exibir. Fazia-o com sentimento, amor e sofrimento pelo conteúdo do recado das letras que interpretava e de tal maneira real, como o Fado recomendava que conseguia passar com verdade e simplicidade a nostalgia e o fatalismo do Fado a todos quantos o escutavam e assistiam. Isso não só se aprende, também se nasce com esse dom porque cantava com tanta leveza e tão naturalmente que chegava a fazer inveja de admiração.
Voluntarioso, genioso para o que ele achava errado, mais valia quebrar do que torcer, amigo dos seus amigos, o que tinha que dizer, fazia-o de frente, enfim todos nós nascemos com virtudes e defeitos e SEBASTIÃO ROBALINHO não poderia fugir a regra. Era igual a qualquer ser humano. Era impressionante a sua paixão por sua terra natal, pelo seu País pela Bandeira de seu País,e como defendia a cultura Portuguesa tanto cantando, tanto em seu programa de rádio ou em simples conversas com amigos.
ERA UM VERDADEIRO GUERREIRO PORTUGUÊS.
Pelo que me foi dado constatar durante nossa convivência, Ele amava e respeitava muito sua família. (Esposa e filhas), assim como respeitava todas as famílias que os rodeavam.
Estou com saudades (TIÃO).
Não viajava a Portugal sem me telefonar para saber o meu estado de saúde em relação aos Diabetes. Aproveitava para me aconselhar a deixar de fumar. Chegava a ser chato mas, era amizade, Agora que deixei de fumar, tanto que gostaria de lhe dar a notícia pessoalmente.
Ninguém desfaz o que DEUS faz. Resta-me em minhas Orações rogar ao Senhor todo Poderoso que lhe proteja e o tenha a sentado a sua direita sem o perder de vista. AMEM!!!
Sá Morais
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